quinta-feira, 18 de abril de 2013





TÉCNICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS


Objetivo: Oportunizar a produção de textos de diferentes gêneros na sala de aula.

Justificativa:

Os gêneros do discurso são  elementos fundamentais no processo de produção de textos, porque são os responsáveis pelas formas que estes assumem. Qualquer manifestação verbal organiza-se, inevitavelmente, em algum gênero do discurso, seja uma conversa de bar, uma tese de doutoramento, seja linguagem oral ou escrita. 
Os gêneros são, portanto, formas de enunciados produzidas historicamente, que se encontram disponíveis na cultura, como notícia, reportagem, conto (literário, popular, maravilhoso, de fadas, de aventuras...), romance, anúncio, receita médica, receita culinária, tese, monografia, fábula, crônica, cordel, poema, repente, relatório, seminário, palestra, conferência, verbete, parlenda, adivinha, cantiga, anúncio, panfleto, sermão, música, entre outros.
Os gêneros se caracterizam pelos temas que podem veicular, por sua composição e marcas lingüísticas específicas. Assim, não é qualquer gênero que serve para se dizer qualquer coisa, em qualquer situação comunicativa.
Se alguém pretender discutir uma questão polêmica, como a descriminalização das drogas ou a pena de morte, precisará organizar o seu discurso em um gênero como artigo de opinião, por exemplo. É o gênero que pressupõe a argumentação a favor ou contra questões controversas, mediante a apresentação de argumentos que possam sustentar a posição que se defende e refutar aquelas que forem contrárias àquilo que se defende.
Por outro lado, se a finalidade for relatar um fato ocorrido no dia anterior, certamente a notícia deverá ser o gênero escolhido. Se o que se pretende é orientar alguém na realização de determinada tarefa, pode-se escrever um manual ou relacionar instruções, por exemplo. Se a intenção for apresentar algum ensinamento por meio de situações exemplares, colocando animais como protagonistas para representar determinadas características humanas, então a fábula é o gênero mais apropriado.
Portanto, saber selecionar o gênero para organizar um discurso implica conhecer suas características, para avaliar a sua adequação aos objetivos a que se propõe e ao lugar de circulação, por exemplo. Quanto mais se sabe sobre esse gênero, maiores são as possibilidades do discurso ser eficaz.
Dessa forma, a proficiência do aluno em Língua Portuguesa depende também do conhecimento que ele tem sobre os gêneros e de sua adequação às diferentes situações comunicativas. Suas características, portanto, devem ser objeto de ensino e tema das atividades que se organizar.

OBJETIVOS:

• Aperfeiçoar o desempenho linguístico do aluno tanto em sua modalidade escrita como oral:
• Desenvolver estrutura lógica do raciocínio, despertando e aguçando a sensibilidade, estimulando o ato criador;
• Incentivar a expressão oral do aluno, valorizando-o independentemente da variante linguística em que o mesmo se manifestou;
• Ler para entender o mundo através dos olhos dos autores (alunos) e da vivência dos personagens, adquirindo, também vocabulário e maneira adequada para expressar;
• Vivenciar as produções e leituras trabalhadas em sala de aula;
• Reestruturar a produção de texto, valorizando o texto como um todo, tendo princípio, meio e fim;
• Estabelecer uma efetiva relação da Língua Portuguesa com as demais matérias do currículo;
• Interpretar, dramatizar sempre que necessário;
• Proporcionar um ambiente onde os alunos irão querer escrever e aprender sobre o processo de escrever, cercando-o com material interessante e variado (livros, revistas, anúncios, músicas anedotas, cartum, tirinhas ou histórias em quadrinho, etc).

Público Alvo: As atividades podem ser adaptadas para qualquer série.

Desenvolvimento:
As atividades deverão ser selecionadas conforme as necessidades de cada turma e série. 

1 -VINCULAÇÃO DA LINGUAGEM ORAL À ESCRITA

Para permitir uma reflexão sobre a diferença entre a fala e a escrita, o professor pode pedir que um aluno conte (oralmente) uma notícia, para gravá-la e depois transcrevê-la no quadro, exatamente do modo como o aluno falou. Em seguida, professor e alunos fazem uma reflexão sobre o que precisa ser mudado para que o texto adquira uma forma escrita convencional, que a torne compreensível. O professor deverá ler os textos em voz alta e fazer comentários sobre vários aspectos:
* como as palavras foram pronunciadas;
* como são escritas;
* como colocar parágrafos e ponto final;
* qual é o começo, meio e fim;
* como são as personagens;
* como melhorar a redação do texto,  trocando palavras e melhorando a pontuação.

2 –REESTRUTURAÇÃO

A reestruturação do texto é um trabalho coletivo, que envolve a classe toda ou um grupo de alunos. Consiste em “retocar aqui e ali” um texto ainda não codificado e com problemas de codificação e pontuação. Sob orientação do professor, o grupo discute uma proposta de reestruturação, que não significa mudar o conteúdo nem mudar palavras e expressões, mas apenas a forma. Modifica-se o vocabulário e a estrutura frasal o suficiente para tornar o conteúdo mais claro e coerente. O trabalho central é a pontuação e a paragrafação. Pede-se para que o aluno observe o mesmo texto antes e depois da reestruturação.

3- PRODUÇÃO ESCRITA :

•  Organize um jornal mural em que se elaborem comentários críticos sobre as principais polêmicas do mês. Trabalhe o gênero notícias (produzidas individualmente ou por equipe).
•  Orientar a produção  resenhas críticas das obras lidas ou observadas (imagem).
4 - TEXTO COLETIVO:
Esta  atividade consiste em criar um texto  com a participação de todas os alunos, a partir de um tema gerador.
O grupo elegerá um componente que  irá mediar a fala dos demais e será o redator do texto. Este escreverá o texto no papel e  “negociando” suas interferências organizando quanto à composição geral do texto.
Depois de pronto, o texto é escrito numa folha de papel pardo ou cartolina e fixado na parede, tornando-se referencial para outras atividades. Ou pode-se apenas fazer a leitura oral para a turma.

5 - COLE NA SEQUÊNCIA CORRETA:

A atividade consiste em o professor recortar um texto em parágrafos e depois pedir a turma, dividida em equipes, para colocá-lo na seqüência correta. O professor pode também acrescentar um parágrafo de outro texto, para que os alunos o identifiquem como não pertencente ao texto.

6 – OFICINA DE POEMAS:

Traga para a sala de aula vários poemas. Procure diversificar autores, estilos e temas. Faça um mural com eles ou afixe-os no quadro. Solicite aos alunos que escolham uma das poesias do mural. Após uma leitura, peça para representarem em uma folha, com linhas, traços e cores, o que sentiram ao ler a poesia.
Cada aluno pode mostrar seu desenho para a classe, e você, professor, pode conversar com o grupo, mostrando a variedade dos sentimentos, que não tem certo ou errado, apenas sentimentos diferentes, pois somos diferentes. E no nosso dia-a-dia, quais os sentimentos que aparecem? Raiva, medo, alegria, desânimo, esperança, amor... Quando sentimos cada um deles?
Faça junto com seus alunos uma lista dos sentimentos que apareceram na conversa, escrevendo-os no quadro. Cada aluno deve escolher o sentimento com que mais se identifica no momento. Peça, então, para fecharem os olhos e pensarem em palavras soltas que se relacionem com esse sentimento.
Após alguns minutos, cada um vai escrever as palavras em que pensou, o que sentiu. Os alunos devem agora se juntar em pequenos grupos, de acordo com o sentimento que escolheram. A idéia é tentar criar um poema a partir do sentimento, afinal já podemos nos arriscar a produzir poesia. As palavras escritas de cada um podem ajudar a compor o poema do pequeno grupo. Peça que releiam o que escreveram. Dá para intensificar a sonoridade? Solicite a eles que pensem em uma forma de apresentar os poemas criados. ( Apresentação das declamações. )

7 – HISTÓRIA NA CAIXA.

Tire uma cópia de xérox de um texto narrativo, um conto de preferência.
Recorte-o em pequenos trechos e coloque-os em uma caixa;
Divida os alunos em grupos e deixe que os alunos retirem um papelzinho com um trecho.
O grupo deverá ler o trecho e discutir o que pode ter ocorrido antes e depois daquele trecho;
O professor deverá perguntar aos grupos:
- Qual grupo está com o trecho inicial do conto? Como chegaram a esta conclusão? O alunos deverão levar o trecho e pregar no quadro. Um aluno fará a leitura do trecho. O professor perguntará ao grupo, qual será o próximo trecho? Continuar pedindo que os grupos leiam e vão encaixando os trechos até chegar ao final respeitando a estrutura específica do conto. 

AVALIAÇÃO:


Professor, avalie se durante as etapas de produção dessa proposta todos os alunos estiveram envolvidos e comprometidos. Avalie quanto à produção textual escrita, tanto individual quanto em grupo, observe se os textos criados ficaram bem estruturados, se foram escritos com clareza, coesão e coerência. A maneira de atribuir a nota fica a seu critério. ( Dentro da porcentagem dos 40%). Por fim, permita que os alunos se avaliem sua própria participação e falem sobre o seu nível de satisfação em relação à forma como o conteúdo foi trabalhado.
A avaliação formativa visa avaliar não apenas o resultado final, mas todo o processo. Sendo assim, estas atividades desenvolvidas em sala de aula podem ser avaliadas através do olhar atento do professor, conforme os objetivos de cada série. 

OBS: Este material é mais um modelo oferecido pelos coordenadores da SME com a finalidade de inspirar novos projetos.

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