quarta-feira, 29 de maio de 2013

VÍDEO ENTRE OS MUROS DA ESCOLA




















O trecho do filme "Entre os Muros da Escola" apresenta o conselho de classe dos professores com a participação das alunas representantes da turma.
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2008 o filme mostra o confronto entre alunos e professor, um recorte da realidade atual do ensino, tanto na França quanto no Brasil.
O trecho permite refletir a respeito das práticas no conselho de classe, bem como as atitudes tomadas pelos professores no combate à indisciplina e à recuperação dos alunos.
Observa-se que os professores discutem embasados em suas diferentes concepções de avaliação. Um professor mantém o foco naquilo que o aluno apresenta de bom, ao passo que outros se detém no comportamento inadequado dos alunos.
E na sua escola, como ocorrerá o conselho de classe? Qual a sua concepção de avaliação? Essa discussão foi realizada no Encontro dos Coordenadores Pedagógicos.
Ficha técnica: (Entre les Murs), Drama, França, 128min, 2007. Direção Laurent Cantet.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A HISTÓRIA DE TEDDY E SUA PROFESSORA




Seu nome era Sra. Thompson, e no seu primeiro dia de aula, parou em frente aos seus alunos da quinta série primária e, como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.
No entanto, ela sabia que isso era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um garoto chamado Teddy. A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheirando mal. Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos. Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano. A Sra. Thompson deixou a ficha de Teddy por último, mas quando a leu ficou totalmente surpreendida.
A professora do primeiro ano escolar de Teddy havia anotado o seguinte: Teddy é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Têm bons modos e é muito agradável estar perto dele.
A professora do segundo ano escreveu: Teddy é um aluno excelente e muito querido pelos seus colegas, mas tem estado preocupado com a mãe que está com uma doença terminal e a vida em seu lar deve estar muito difícil.
Da professora do terceiro ano constava a seguinte anotação: a morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.
A professora do quarto ano escreveu: Teddy anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.
A Sra. Thompson se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando lembrou dos presentes que os alunos lhe haviam dado no Natal, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que estava enrolado num papel marrom de supermercado.
Lembra-se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade. Apesar das piadas, ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco do perfume sobre o pulso. Naquele dia Teddy ficou um pouco até mais tarde na escola do que de costume, somente para dizer à Sra. Thompson: “Sra. Thompson, você está cheirosa e perfumada como mamãe”. Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Thompson chorou por muito tempo.. Em seguida, decidiu a mudar completamente sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Teddy.
Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava, e quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, Teddy saiu como o melhor da classe. Um ano mais tarde a Sra. Thompson recebeu uma carta em que Teddy lhe dizia que ela era a melhor professora que até então teve em sua vida.
Seis anos depois, recebeu outra carta de Teddy, contando que havia concluído o segundo grau em terceiro em sua classe, e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.
Quatro anos depois, ela recebeu outra carta, dizendo que muitas vezes as coisas foram difíceis, mas ele permaneceu na faculdade até o fim e logo se formaria. Ele disse que a Sra. Thompson ainda era a melhor e favorita professora que ele já teve em toda a sua vida.
Depois disto, outros quatro anos se passaram e ela recebeu outra carta, desta vez, ele explicou que depois que começou seu bacharelado, ele decidiu ir um pouco mais longe. A carta dizia também que ela ainda era a melhor professora. Mas agora sua assinatura era mais longa: Theodore F. Stoddard, MD.
A história não termina aí, ela recebeu outra carta na primavera seguinte. Teddy disse que havia conhecido uma garota e iria se casar. Explicou que seu pai havia morrido alguns anos atrás, e ele queria saber se a Sra. Thompson poderia entrar com ele na igreja e sentar-se no lugar que era geralmente reservado para a mãe do noivo.
É claro que a Sra. Thompson disse que sim. E adivinha o que? Ela usou a pulseira, aquela mesma com algumas pedras faltando, e assegurou-se de que estava usando o perfume que Teddy também lhe deu, o mesmo que o lembrava do último Natal que passou com sua mãe.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por um longo tempo e Teddy lhe sussurrou: “Obrigado por acreditar em mim e fazer-me sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença”.
A Sra. Thompson, com lágrimas nos olhos, sussurrou de volta: “Teddy, a verdade é outra, foi você quem me mostrou que eu poderia fazer a diferença, eu não sabia ensinar até conhecer você”.

Esta  história circula nos cursos de formação de professores a muitos anos, por apresentar uma situação muito comum no cotidiano de professores. Um questionamento: Quem nunca teve um aluno como Teddy? Outro questionamento ainda mais inquietante: Quem conseguiu mudar sua postura enquanto educador?  Pena que o autor de texto  é desconhecido.
No nosso encontro pedagógico discutimos com os coordenadores a importância do registro por escrito, sobre aspectos do desenvolvimento e do percurso de vida escolar dos alunos. De preferência fazer na ficha individual dos alunos para que possa ser revisitado nos anos seguintes. Ficou combinado que o professor da Educação Infantil  e o Fundamental 1 e 2  façam estes pequenos relatos, também previstos no conselho de classe.

PROJETO INDISCIPLINA NA ESCOLA





Ética se ensina com exemplos.
Justificativa:

A sociedade atual passa por profundas transformações em todos os seus segmentos: família, escola, mídia, mundo do trabalho, etc. Tais transformações foram exigindo mudanças nas relações interpessoais, o que justifica a escola discutir a postura ética que permeia a prática docente.
Também no contexto Paratinguese, como nas demais partes do mundo, toda a comunidade escolar sofre com os altos índices de indisciplina na sala de aula. Em muitos casos evoluindo para atos infracionais. Entendendo-se que é papel da escola promover o convívio harmônico tanto dentro da escola, como na sua relação com a comunidade local, detectando-se que isto não está ocorrendo, a intervenção de todos os envolvidos no processo educacional é urgente e necessária. Incluindo, portanto, a Secretaria Municipal de Educação, toda comunidade escolar e a sociedade civil.  
Deste ponto de vista espera-se discutir o conceito de indisciplina, e como tratar a indisciplina na sala de aula fundamentando-se em teóricos como Celso Vasconcelos, e outros. Apontam os referidos teóricos, além do volume 8 dos PCNs que os princípios éticos, respeito mútuo, diálogo, cooperação devem ser trabalhados na sala de aula e se não podem resolver, ao menos atenuam e muito as situações de conflitos na escola. Isso se deve ao fato de que busca-se discutir e resolver coletivamente as causas dos conflitos e não apenas o conflito isolado.
Partindo destes pressupostos é que se deseja abandonar velhas explicações para a indisciplina na escola e o fracasso escolar tais como as mencionadas por Aquino:   
- histórica: "ensino organizado e de boa qualidade é para poucos, assim como o de antigamente"; - cultural: "a carência (ou a abundância) socioeconômica, logo cultural, é um impeditivo para a ação pedagógica"; - psicológica: "há necessariamente pré-requisitos morais e/ou cognitivos para o bom aproveitamento escolar". (p.12)
Conforme o Ministério Público:
Ato de indisciplina é aquele comportamento que, embora não constitua crime, ou contravenção penal, compromete a convivência e a ordem no ambiente escolar. Deve estar previsto no regimento interno do estabelecimento de ensino e solucionados no âmbito da própria entidade educacional.
Ato infracional é toda a conduta prevista como crime ou contravenção penal, dentro do ordenamento jurídico pátrio.”

A indisciplina na escola é sem dúvida um grande desafio para todos. Não há respostas absolutas, nem receitas milagrosas. Há  contudo, o desejo de tentar o que não foi experimentado e persistir. 

Objetivos:
- Promover momentos em que todos os docentes  reflitam sua própria postura pedagógica.
- Discutir com toda a comunidade escolar a importância de vivenciarem relações interpessoais  sadias.
- Construir coletivamente e implementar o regimento da escola.
- Direcionar a atuação da comunidade escolar diante das situações de indisciplina dos alunos.
- Discutir o conceito de ética e cidadania com os alunos nas diversas modalidades de ensino.

Público alvo: Professores, alunos, diretores, coordenadores, e demais membros da comunidade escolar.
Conteúdos: - Ética , Valores, Indisciplina
Tempo Previsto: O projeto deve acontecer na II Unidade, porém algumas atividades precisam ocorrer o ano todo.
Desenvolvimento:
O projeto está dividido em etapas que visam o aprofundamento da discussão, pois não se trata de uma temática de resolução imediata, mas que exige vivência e reflexão coletiva, cada membro da comunidade escolar fazendo sua parte.
Cada etapa exigirá da escola um planejamento. O tempo entre uma etapa e outra ficará a critério da escola.
1ª Etapa: Ler sobre indisciplina, assistir vídeos e discutir com os coordenadores externos e diretores durante as reuniões. Os textos utilizados serão: Estratégias para motivar os alunos para a disciplina, 20 passos para combater a indisciplina, e outros.
O vídeo: Gestão de sala de aula, de Celso Antunes deverá oportunizar a discussão.
2 ª Etapa:
1º Momento:  O coordenador externo e o diretor deverão realizar na escola reunião  para discutir essa temática com o objetivo de sensibilizar toda a comunidade escolar para o problema. De preferência utilizar um respaldo teórico. Pode ser o mesmo que utilizamos na primeira etapa.
2º Momento: Planejar a próxima etapa em sua escola, com a abertura do projeto. Convocar toda a comunidade escolar (porteiros, auxiliares operacionais e demais funcionários) para participar do planejamento e execução.  

3 ª Etapa: Trabalhar na sala de aula o conceito de ética e cidadania. Cada professor pode fazer isso numa turma, independente de sua disciplina. ( Ver PCNs volume 8, ou outro material).
Sugestão de atividades:
1.    Sugere-se o livro “ A Semente da Verdade ” para a introdução do tema. Propor a leitura, rodas de conversa, recontação da história, dramatizações, produção de novas histórias, etc. ( Quem não encontrar o livro pode copiar o texto do nosso blog. Também disponibilizamos para utilizar no datashow, pegar com os coordenadores.)
No nosso blog você encontrará o vídeo da história, indicado para alunos do Fundamental 2, E. Médio e EJA.. Ou você pode ir lendo o conto mostrando-o em formato PDF. O melhor mesmo é encontrar o livro. Muitas escolas o receberam em 2007. Também colocamos sugestões de atividades. 
2.    Para o E.F.II, E.M. e EJA sugere-se também o vídeo: Série Especial: Moral e ética para propiciar a discussão.
3.    Selecionar dinâmicas que trabalhem o respeito mútuo, colaboração, etc. (Ver dinâmicas sugeridas no blog). Deve ser feito em todas as modalidades.
4.    Selecionar jogos e atividades mais lúdicas para trabalhar o conteúdo específico planejado para a semana. Lembrando que o jogo necessita de regras, e aprender a cumprí-las é uma questão de ética.
5.    O grupo pode sugerir e escolher outros livros e vídeos disponíveis, que possam auxiliar a reflexão da temática.
6.    Pedir que os alunos observem durante uma semana tudo o que ocorre no cotidiano da escola, na entrada, no pátio, no recreio, nas aulas, na saída. Pedir que sejam anotadas as ações que são éticas e as que são antiéticas. Depois discutir com os alunos, de forma organizada, (assembleia) porque estas  acontecem e o que pode ser feito para diminuir as ações antiéticas. Os alunos do E. F.I podem apenas listá-los. Do E.F.II, E.M. e EJA podem fazer em forma de relatório. (Pode ser realizado por equipe).  Este material deve ser discutido na 5 etapa.
7.    Pedir aos professores para elencar quais os tipos de situações que ocorrem na escola, e qual a frequência, para que se possam enquadrar as situações no conceito de indisciplina ou de ato infracional. Este material deve ser discutido na 5 etapa nas assembleias, também deve ser apresentados aos alunos.  

4 ª Etapa: Sugestões de atividades para as diversas disciplinas.  

Ainda que não se percebam os resultados  imediatos a escola já deve estar envolvida com a problemática. É hora de estimular o grupo ainda mais. As discussões vão contagiar os últimos resistentes! Mãos à obra!
- Planejar durante as reuniões de AC estratégias metodológicas como: exibição de vídeos, palestras, dinâmicas, seminários e peças teatrais sobre ética e valores humanos. (Os alunos podem realizar estes seminários e peças teatrais com a devida orientação dos profs.).
Sugere-se :  
No ensino fundamental 1 – Leitura do livro. Falando de Convivência. Propor atividades relacionadas ao texto. (Ver sugestões).
No (E.F.II e E.M  e EJA ) realizar debates com temas como:  
Você acha que um adolescente de 12 anos que cometeu um crime, pode ser punido, como acontece nos EUA?
No Brasil está em discussão a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Você é contra ou a favor?
- O professor também pode levar para a aula um sóciodrama nas quais apareçam situações de conflito para serem analisadas pelo grupo.
Por exemplo: Um aluno chamou uma menina de suja e fedida e por isso ela não podia sentar naquela fila. A colega ficou sem graça. Estavam presentes outros alunos. Qual deveria ser a atitude dos que viram a cena? Discutir. (Para qualquer modalidade).
- É ético fazer “ zoação” brincadeiras, ofensas, etc atingindo pessoas conhecidas pelo grupo por meio de desenhos, pichações ou pela internet ?  Você já acessou alguma  página dessas? 
- Discutir o que é humor, o que é violência simbólica (Bulling), e o que é crime de calúnia e difamação em ambiente virtual. Ou ainda se apropriar de senhas e dados de computador alheio. ( Lei Carolina Dieckmann.)
O professor de língua portuguesa deve aproveitar a oportunidade para promover a construção de artigos de opinião, (E.F.II e E.M  e EJA ) e de dissertações no (E. F.I ).

5 ª Etapa:
Realizar votações para escolha de representantes de turma.
Realizar na escola assembleias a fim de definirem coletivamente regras da escola e as penalidades em consequências do não cumprimento das mesmas. ( Ter cuidado com a escolha da penalidade de modo que não fira as proposições do ECA, LDB, etc ). 
Realizar assembleia com os pais dos alunos com a aprovação final do regimento da escola. (Caso já exista o documento, deve-se acrescentar o que foi decido coletivamente e apresentá-lo aos pais, para que seja validado.) Este procedimento deve ser registrado em ata.

Avaliação:
Todo o processo percorrido deverá ser analisado, discutido em cada comunidade escolar, e também nos encontros pedagógicos com os coordenadores e com diretores. A participação do aluno precisa ser avaliada pelos professores com critérios por eles estabelecidos.

Referências:
PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação. Volume 8. Ética. Brasília, 2001.
AQUINO. G. J. A questão da Ética no contexto escolar. Disponível em: http://www.senac.br/BTS/251/boltec251a.htm
Ministério Público do Estado de Goiás. Disponível em: http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/8/docs/o_ato_de_indisciplina_como_proceder.pdf

terça-feira, 14 de maio de 2013

COLETÂNEA DE JOGOS



UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
JOELMA MARIA UHLIG
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA





VENCENDO A INDISCIPLINA POR MEIO DOS JOGOS COOPERATIVOS
CURITIBA 2008
JOELMA MARIA UHLIG
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA





VENCENDO A INDISCIPLINA POR MEIO DOS JOGOS COOPERATIVOS


Material didático pedagógico
apresentado como requisito parcial
à obtenção de título Professor PDE,
ao Programa de Desenvolvimento
Educacional, Secretaria de Estado
da Educação. Universidade Federal
do Paraná.



Carlos dos Santos
CURITIBA 2008
  

INTRODUÇÃO


Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo.
Nesses casos, os alunos são encaminhados à Equipe Pedagógica, onde muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
Como agir nessa situação?
De que forma a Educação Física pode ajudar?
Os adolescentes e jovens estão perdendo a noção de seus limites, dos valores humanos e a conseqüência disto é o que enfrentamos dentro da escola e fora dela, na sociedade.

O aluno passa a imaginar que na escola pode, assim como em casa, “fazer o que bem entender”, entrando em conflito com o próximo, se autodestruindo.
Uma das funções da escola é estabelecer limites e proporcionar uma educação plena com vistas ao desabrochar de virtudes e valores aos seus alunos. Um lugar privilegiado para que aconteça uma educação adaptada às exigências do nosso tempo.

A Educação Física, sendo um dos componentes curriculares da escola, tem como função educar para compreender e transformar a realidade que nos cerca, a partir de sua especificidade que é a cultura do movimento humano. Sendo este, carregado de elementos históricos, éticos, técnicos, políticos, filosóficos, étnicos que devem ser estudados e praticados na escola.

Se o objetivo da escola é atender à educação global do aluno, a Educação Física, como seu componente curricular precisa também dar a sua contribuição para que o aluno possa conhecer, escolher, vivenciar, transformar, planejar e ser capaz de vivenciar os valores associados à boa convivência em sociedade.

JUSTIFICATIVA

O Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE prevê em sua proposta, a construção de material didático pelos seus participantes, de forma colaborativa com os grupos de professores da rede, sobre questões que visem a melhoria da qualidade de ensino.

Desta forma, após levantarmos as principais necessidades da prática pedagógica dos professores, percebeu-se a escassez de materiais disponíveis, na busca de estratégias que venham minimizar o problema da indisciplina escolar.
Objetivando auxiliar o professor de forma criativa e prática, elaborouse esta unidade didática constituída de atividades vivenciais formativas e informativas, baseado em autores da área.

Este material não tem a pretensão de ser um receituário, podendo cada atividade ser adaptada, transformada e melhorada de acordo com cada realidade.

OBJETIVOS

* Pretende-se com este material dar subsídios ao trabalho dos professores de Educação Física no que se refere aos Jogos Cooperativos, destacando a importância do mesmo para a diminuição dos casos de indisciplina na
escola;
* Organizar um material acessível, tendo como suporte sugestões de jogos
elaborados por autores renomados;
* Incentivar outras pessoas a investir nos Jogos Cooperativos como uma
pedagogia viável;

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*Apresentar sugestões de atividades que desenvolvam principalmente a
cooperação, a estima e o respeito;
* Também pretende-se buscar melhores resultados no que se refere ao comportamento dos alunos, através da realização das atividades propostas neste caderno e trabalhadas pelos professores da Rede Estadual, visando assim a melhoria de estratégias na relação professor aluno e aluno-aluno.

O que se faz necessário esclarecer...
Segundo ORLICK (1989 p 104):

Jogos de aceitação devem substituir os jogos de rejeição. Se fizermos com que cada criança se sinta aceita e dermos a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de atividades, estaremos bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios problemas psico-sociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes. Essa é uma das razões porque é tão importante criar jogos e ambientes de aprendizado onde ninguém se sinta um perdedor.

Para Soler (2003) existem vários tipos de jogos que podem ser bem
utilizados quanto ao objetivo almejado, são eles:

· Jogos cooperativos para apresentação;
· Jogos cooperativos para aproximação;
· Jogos cooperativos para afirmação;
· Jogos cooperativos para ligação;
· Jogos plenamente cooperativos;
· Jogos cooperativos para descontrair;
· Jogos cooperativos de confiança;
· Jogos cooperativos para resolução de conflitos;
· Jogos cooperativos utilizando pára-quedas.

É importante destacar que neste material procuraremos organizar algumas atividades elaboradas por autores de renome, que contribuam para minimizar o problema da indisciplina na sala de aula, buscando para isso a contribuição dos jogos que visem resolver conflitos e aproximar os alunos.

JOGOS COOPERATIVOS PARA APROXIMAÇÃO

Como o próprio nome sugere, estes jogos têm como principal objetivo aproximar os participantes. Numa classe indisciplinada, onde ninguém ouve ninguém, ninguém respeita o próximo não poderá haver aprendizagem, as pessoas que não se aproximam das outras não vêem sentido em respeitá-las.

Para PIAGET (1996), o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais. Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.

ATIVIDADES
1 – A Galinha Cega

Material: Venda para os olhos.
Disposição: Todos em círculo dando as mãos, menos um, que representará
a galinha cega.
Desenvolvimento: No centro do círculo se colocará um participante
vendado: a galinha cega. Depois de dar três voltas sobre si mesma, se
dirigirá a qualquer pessoa do círculo e apalpará seu rosto para tentar
reconhece-la. Se conseguir, troca de lugar com ela.
Objetivos:
* Percepção tátil;
* Percepção dos outros;
* Vivenciar uma atividade sem utilizar a visão.
6 SOLER (2003, p. 78)

2 – A Ordem das Idades

Material: Nenhum.
Disposição: Todos em fila.
Desenvolvimento: O compromisso é não falar mentiras durante o jogo e só
se podem usar gestos. O objetivo do grupo é ordenar por data de
nascimento, da maior para a menor, porém, sem falar. Ganhará o grupo
quando estiver todo em ordem. Aí sim, pode se falar.
Objetivos:
* Conhecer o grupo;
* Estimular a cooperação;
* Realizar uma atividade sem falar, aprendendo a observar.
SOLER ( 2003, p.78)

3 – Espiral

Material: Músi
ca tocada num aparelho de cd.
Disposição: Em círculo, todos de mãos dadas.
Desenvolvimento: O facilitador solta sua mão esquerda e começa a
caminhar para a esquerda dentro do círculo. Os outros, sempre de mãos
dadas, seguem-no, pouco a pouco formando uma espiral humana, que fica
cada vez mais apertada. Essa espiral chega a um ponto em que todos
estão tão apertados, que não podem continuar mais. Então o facilitador
pode dar a volta e dirigir o grupo para fora, terminando no círculo grande
original. Durante o jogo o grupo pode cantar ou escutar uma canção,
enquanto sente a energia coletiva.
Objetivos:
* Aproximar o grupo;
* Descontrair.

BROWN (1994, p. 71)

4 - Eu Gosto de Você Porque...

Material: Papel e canetas.
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Disposição: Todos sentados em um grande círculo.
Desenvolvimento: O Facilitador pedirá a cada um dos participantes que escrevam seus nomes num pedaço de papel, e, à medida que eles dão voltas no círculo, cada um pensa numa coisa que gosta sobre cada pessoa e escreve aquilo no pedaço de papel, embaixo do nome da pessoa.
Quando todos terminarem, cada um recebe de volta o seu papel e pode conhecer o que o grupo pensa sobre ele.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Conhecer o grupo;
* Propiciar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 77)

5 – Permita Me Conhecer

Material: Vendas para os olhos.

Disposição: Número par de participantes, formando dois círculos
concêntricos (um voltado para o outro).
Desenvolvimento: Girar os círculos em direções opostas, e quando o
facilitador bater palmas, os círculos devem parar, segurar as mãos da
primeira pessoa à sua frente, e ir descobrindo como é esta pessoa.
Com o passar do tempo, o facilitador poderá ir ampliando para trios,
quartetos, etc.

Objetivos:
* Conhecer o grupo;
* Estimular a cooperação;
* Vivenciar uma atividade sem a visão.
SOLER ( 2003, p. 79)

6 – Pessoa pra Pessoa
Material: Nenhum
Disposição: Espaço aberto, compatível com o número de participantes e livres de obstáculos.
Desenvolvimento: Inicia-se incentivando as pessoas a caminhar livre e criativamente pelo ambiente (andar com passo de gigante, de 8 formiguinha, andar como se o chão tivesse pegando fogo, com um tique nervoso, etc.). Depois de alguns poucos minutos, fala-se em voz bem alta, duas partes do corpo ( mão na testa, dedo no nariz, orelha com orelha, cotovelo na barriga, etc.). A este estímulo, todos deverão formar uma dupla e tocar, um no outro, as partes faladas pelo Focalizador, o mais rápido possível! Por exemplo: - “Mão na testa”. Cada pessoa deverá encontrar um par e tocar sua mão na testa do outro e vice-versa. Quando todos estiverem em duplas tocando as partes faladas, o Focalizador reinicia o processo, propondo a caminhada livre e criativa... Após 2 ou 3 dessas combinações o Focalizador pode dizer em voz alta o nome do jogo:
“Pessoa pra pessoa”. Nesse momento, todos – inclusive o Focalizador –
devem formar uma nova dupla e abraçar um ao outro, bem agarradinho
para garantir o encontro.
Objetivos:
* Despertar a atenção e tempo de reação;
* Diminuir a distância entre as pessoas e promover o com-tato;
* Desfazer preconceitos e incentivar a criatividade;
BROTTO (2001,
p.131)

7 – Salve-se Com Um Abraço

Material: Bexigas

Disposição: O facilitador explica que este é um jogo de pega-pega, onde o objetivo é que todos se salvem. O pegador com uma bexiga, tenta tocar o peito de alguém, se conseguir ele passa a bexiga e invertem-se os papéis.
Para não serem pegos, os participantes têm que se abraçar aos pares, encostando o peito um no outro, salvando-se mutuamente. Conforme a dinâmica do grupo, pode se ter mais que um pegador, maior número de bexigas e propor abraços em trios e/ou em grupos maiores.

Objetivos:

* Estimular a cooperação;
* Propiciar a relação interpessoal;
* Permitir uma maior aproximação do grupo.
BROTTO (2003, p. 93)

8 – Confraternização dos Bichinhos

Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o grupo. Desenvolvimento: Formamos uma grande roda e numeramos, de 01 à 04, todos os participantes (a quantidade dos números varia de acordo com o tamanho do grupo). Pedimos a um representante de cada número que escolha uma espécie de BICHINHO para caracterizar o seu respectivo grupo. Por exemplo: O representante do número (1) escolhe ser “carneiro”, o representante do número (2), escolhe ser “gato”, o do número (3), “boi” e o do número (4), “pato”. A partir desse momento, todos os números (1) serão “carneiros”, os números (2) serão “gatos”, os números (3) serão “bois” e os números (4), “patos”. O objetivo deste jogo é conseguir reunir todos os BICHINHOS da mesma espécie (gatos com gatos, patos com patos, etc.). Todos são BICHINHOS e devem se expressar de acordo com as características de cada espécie. Após cada “espécie” ter se manifestado o facilitador pede pra que todos coloquem a venda nos olhos e partam imitando sua espécie à procura de seus companheiros e ao se encontrarem abraçam-se até que cada espécie tenha reencontrado todos os seus membros.

Objetivos:

* Reunir grupos;
* Propiciar a relação interpessoal;
* Permitir uma maior aproximação do grupo.
BROTTO (2003, p.103)

JOGOS COOPERATIVOS PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Para ZAGURY (1999), não podemos ignorar ou desvincular a história de vida do aluno, de sua família e do meio em que vive. Ele traz de casa, da sociedade um olhar de mundo que não foi aprendido na escola e, às vezes, dependendo de qual seja ele, a escola hesita em aceitar. Porém, um fenômeno interessante ocorre no grupo de alunos. Quando um limite é discutido e decidido entre os alunos e o professor, ele pode ser cobrado em sala de aula e será aceito. Outro sintoma é a instalação de certos hábitos que vão sendo adquiridos pela convivência entre os alunos em classe. Por isso acontece de alunos indisciplinados, em contato com um ambiente calmo e acolhedor, conseguirem com o tempo se relacionar de maneira amigável e aumentar consideravelmente sua produção e seu conhecimento.
Estabelecer limites (disciplina) é uma das funções da escola. Mas a diferença entre serem respeitados ou não está na maneira como são colocados.

Com relação ao professor, RUIZ (1995) destaca que ele precisa acreditar em suas potencialidades, em sua função, preparando-se para ela, utilizando-se dos melhores meios para exercê-las, buscando novas oportunidades, auto-aperfeiçoamento, para melhor compreender a relação teoria e prática e as características fundamentais de seus alunos, entendimento esse que se reverterá em uma ação educacional de
realizações concretas.

O profissional da educação deve ser um bom conhecedor do contexto o qual está inserido, entendendo a problemática, as divergências, no sentido de ser capaz de aceitar não só a si próprio; porém seus alunos com todas as suas limitações; por isso toda posição de equilíbrio, prudência e julgamento coerente se fazem necessários. Para se tomar atitude e posição crítica exige sabedoria que provém de reflexão madura da compreensão, de responsabilidade, inspirada na generosa dedicação ao outro, sem esperar recompensas.

ATIVIDADES
1 – Ajudando Seus Amigos

Material: Saquinhos de areia ou feijão.
Disposição: Cada participante com um saquinho em cima da cabeça mantendo o equilíbrio, todos devem passear pelo espaço destinado para o jogo.

Desenvolvimento: Quando um saquinho cair, a pessoa que não conseguiu equilibrá-lo deve ficar “congelada”. Outra pessoa então deve tentar pegar o saquinho ajudando seu amigo a “descongelar-se” e seguir no jogo. Quando abaixar para pegar o saquinho do amigo, se o seu cair, também estará “congelado”.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar o equilíbrio.
SOLER ( 2003, p. 112)

2 – Basquetebalde
Material: Bola e dois baldes.
Disposição: Duas equipes com seis ou mais integrantes, cada equipe tem
um representante segurando um balde, que pode correr pela linha lateral (direita e esquerda), sem entrar na quadra.

Desenvolvimento: Os integrantes da equipe devem passar a bola entre si, tentando jogar a bola dentro do balde. O jogador, de posse da bola, pode passá-la ou tentar acertar o balde, porém não pode andar segurando a bola. A outra equipe procura interceptar a bola (sem contato pessoal) e tenta acertar o seu balde. Cada vez que um jogador acerta o balde, converte ponto e deverá jogar um dado. Se cair número ímpar, o ponto vale 1, 3 e 5 pontos a favor... se tirar números pares, o ponto vale 2, 4 e 6 pontos contra a sua equipe.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
*Desenvolver habilidades motoras, tais como: correr, passar, rebater,
lançar, etc.
SOLER (2003, p.111)

3 – Bola Alternativa
Material: Bolas de praia.

Disposição: Grupos de quatro a seis pessoas, formando pequenos círculos,
olhando para fora. Devem estar unidos e agarrados pelos braços.
Desenvolvimento: O facilitador coloca a bola no chão dentro do círculo e
explica que este deverá tirar a bola sem usar as mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 115)

4 – Cada Apito Um Grupo

Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o grupo.
Desenvolvimento: O facilitador escolhe um participante que será o pegador. O jogo inicia, e as pessoas correm livremente pelo espaço destinado para o jogo. O facilitador apita três vezes, e todos devem formar grupos de três. O pegador neste momento tenta pegar quem ainda não formou grupos. O facilitador apita duas, quatro, seis, oito, etc.

Objetivos:
* Formar grupos;
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 112).

5 – Completar a Sentença
Material: Aparelho de som.
Disposição: Todos dançando, ao som da música animada.
Desenvolvimento: Quando a música parar, formar grupos de três pessoas e responder rapidamente uma pergunta feita pelo facilitador (o que vier na cabeça). O facilitador, a cada parada, vai sugerindo novos grupos:
quatro, cinco, seis... Até o grupo todo.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em grupo;
* Exercitar a rapidez de raciocínio.
SOLER (2003, p. 114)

6 – Formar Grupos

Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o jogo.
Desenvolvimento: Os participantes andando livremente pelo espaço destinado ao jogo. O facilitador cria alguns critérios para formar novos grupos: cor dos cabelos, número dos sapatos que cada um calça, o mês do aniversário, a comida favorita, a cor dos olhos, o signo, etc.
Conseguiremos vários novos grupos, se percebermos algumas características do grupo.
Objetivos:
* Formar novos grupos;
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Estimular a cooperação.
SOLER (2003, p. 113)

7 – Murmurando

Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Todos de quatro, murmurando com as vendas nos olhos.
Desenvolvimento: O facilitador deve escolher algumas pessoas para serem os seguranças. O objetivo dos seguranças é evitar que as pessoas batam nas paredes. O jogo começa com o facilitador dando um toque nas costas de alguém que está de quatro, este fica de pé com as pernas abertas (olhos abertos). O objetivo do grupo será achar a pessoa de pé e passar por entre as suas pernas (assim evoluirá). Quem vai passando levanta, abre as pernas e segura na cintura do primeiro. Continuar o jogo até que todos tenham evoluído.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Vivenciar uma atividade sem utilizar a visão.
SOLER (2003, p. 114)

8 – O Nó Humano
Material: Nenhum.

Disposição: Todos formando um círculo.
Desenvolvimento: O facilitador explica que será formado um nó humano.
Cada participante agarra uma das mãos de duas pessoas, cuidando para
não pegar as mãos das pessoas que estão logo a seu lado, nem as duas
mãos de uma mesma pessoa. Quando todas as mãos estão agarradas,
estará formado o nó humano. É preciso abrir o nó sem soltar as mãos. A
idéia é todos ficarem num círculo, juntados pelas mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação grupal;
* Propiciar o trabalho em equipe;
* Exercitar a flexibilidade.
BROWN (1994, p.84)

9 – Volençol

Material: Lençóis.
Disposição: Formando pequenos grupos, a princípio em duplas.

Desenvolvimento: Cada um com um pequeno “lençol” (um tecido similar, como uma camiseta ou, um cobertor) e uma bola. O desafio é lançar e recuperar a bola utilizando o “lençol”. Os parceiros podem criar inúmeras formas para dinamizar a atividade: fazer uma cesta; arremessar numa parede; lançar a bola, correr até um ponto e voltar; lançar e rolar no chão e outras tantas. Depois de algum tempo  duplas são incentivadas a interagir umas com as outras, trocando passes de “lençol” para “lençol”.
Pode ser com uma ou duas bolas, simultaneamente. O desafio pode evoluir para um “Volençol” (um jogo de voleibol com lençóis). Colocamos duplas com “lençóis” em cada lado da quadra de voleibol e desenvolvemos o jogo propondo a realização de metas comuns e respeitando o grau de habilidade que os participantes vão, gradualmente, alcançando. O uso de bolas com tamanho e peso variados, “lençóis”
maiores para formação de grandes grupos, entre outros, são elementos
que podem aumentar o grau de motivação e envolvimento no jogo.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: lançar, andar, correr,
flexionar e estender.
BROTTO (2003,p.107)

JOGOS PLENAMENTE COOPERATIVOS

Segundo SOLER (2003), os Jogos Plenamente Cooperativos são aqueles que necessitam da colaboração de todos os participantes. Onde cada um se torna essencial para alcançar o objetivo proposto pelo jogo.

Não havendo exclusão e nem discriminação, joga-se pelo prazer e capa participante utiliza habilidades e capacidades diferentes.

Para ORLICK (1989, p.123) o objetivo dos jogos cooperativos é criar
oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazerosa. A simples reunião de pessoas socializadas competitivamente não é suficiente para melhorar a cooperação ou a amizade. Elas devem estar ligadas entre si de maneira “interdependente”. A estrutura da atividade estabelece as condições dessa “interdependência”.

Conforme este autor, temos a alternativa de proporcionar novas
formas de estruturas de “vitória-vitória”, criando jogos sem perdedores
com o objetivo de melhorar essa interação cooperativa. Para o autor(1989, p.116):

Onde novas abordagens ou estruturas foram produzidas, tentamos garantir participação plena nos jogos, assegurar sentimentos de aceitação e prazer, desenvolver valores interpessoais positivos e
promover a cooperação. Tentamos preparar o palco para que as crianças aprendam a valorizar as outras e reconheçam que as vitórias pessoais não dependem necessariamente da derrota das
outras. Tentamos ajudar as crianças a tomar consciência de que os jogos todos os que estão jogando, toda a equipe, toda a classe, são parte integrante do jogo. Introduzimos regras que ajudassem a conseguir isso.

BROTTO (2002, p.27) define a cooperação como “um processo onde
os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os resultados são
benéficos para todos”.

ATIVIDADES
1 – Dança das Cadeiras Cooperativas

Material: Aparelho de som e cadeiras.
Disposição: Todos em volta das cadeiras, dançando ao som da música.
Desenvolvimento: Quando a música pára, todos devem sentar. Ninguém é eliminado, e quem sai é a cadeira. As pessoas devem sentar sobre os elementos existentes: cadeiras e colos. Cada vez que a música parar, uma cadeira deve ser eliminada. Então. à medida que o número0 de cadeiras diminui, os jogadores são levados a cooperar entre si, para que ninguém fique em pé.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em grupo;
* Aprimorar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 88)

2 – Futpar

Material: Bola de futsal.
Disposição: Duplas de mãos dadas.
Desenvolvimento: É um jogo de futebol normal. Porém, cada equipe é
formada por duplas (ou trios) que devem permanecer de mãos dadas.

Jogamos sem goleiros e ampliamos ao máximo as dimensões do campo
(ou quadra). Dependendo do número de participantes usamos mais de
uma bola, simultaneamente. A cada gol estimulamos novas parcerias, o
que propicia um constante desafio de “boa convivência”.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Propiciar parcerias;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: correr, driblar, saltar,
desvencilhar-se.
BROTTO (2003, p.121).
3 – Grupo Amarrado
Material: Corda fina, cones (para construir a pista de obstáculos).
Disposição: O grupo formando um círculo, com todos voltados para fora.
Desenvolvimento: O facilitador irá amarrar o grupo, e este terá como
objetivo se deslocar por uma pista de obstáculos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, desviar, etc.
SOLER (2003, p. 92)

4 – Manter o Sonho no Ar

Material: Bexigas.
Disposição: Divididos em grupos de três pessoas.
Desenvolvimento: Depois de encher várias bexigas, o facilitador pedirá
aos participantes que as mantenham fora do chão. O objetivo será manter
o maior número possível de bexigas quando o facilitador iniciar o jogo.
Com o passar do tempo, o facilitador vai aumentando os grupos: seis, oito,
dez, etc.
Objetivos:
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Estimular a cooperação;
18
* Desenvolver habilidades motoras como: bater, rebater, andar, saltar,etc.
SOLER (2003, p. 93)

5 – O Bote Salva-Vidas
Material: Folhas de jornais e aparelho de som (cd).

Disposição: Todos à vontade pelo espaço destinado para o jogo, dançando
em volta das folhas de jornais colocadas no solo pelo facilitador.
Desenvolvimento: Todos dançando e cada vez que a música parar, devem
se colocar sobre as folhas de jornais que representam os botes salvavidas.
A cada parada o facilitador retira uma folha de jornal, até que só
reste uma em que todo o grupo terá que inventar uma solução criativa
para abrigar todos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em grupo;
* Aprimorar a criatividade.
SOLER (2003, p. 91)

6 – Passando pelo Túnel
Material: Nenhum.

Disposição: À vontade pelo espaço destinado para o grupo.
Desenvolvimento: Este é um jogo de pega-pega, em que todas as pessoas devem fugir de um pegador. O facilitador escolherá um pegador e o jogo começa. Aqueles que forem apanhados têm que ficar imóveis, e com as pernas abertas. Os que ainda não foram apanhados podem passar por baixo das pernas de quem está imóvel, e este estará salvo. Cada participante tem dupla missão, fugir e salvar seus parceiros de jogo.
Objetivos:
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, desviar,
flexionar, etc.
SOLER (2003, p. 91)

7 – Passeio do Bambolê

Material: Vários bambolês.
Disposição: Em círculo e cada jogador se coloca da seguinte forma: passar
o braço direito por debaixo das suas pernas para que o de trás lhe agarre
a mão com a sua mão esquerda, ao mesmo tempo em que dá ao seguinte
sua mão direita, por debaixo de suas pernas.
Desenvolvimento: O facilitador introduzirá um bambolê entre os braços de
duas pessoas. O objetivo final é passar o bambolê por todo o círculo, sem
que os participantes soltem as mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Exercitar a criatividade e imaginação.
SOLER (2003, p. 93)

8 – Pega Corrente

Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o jogo. O facilitador escolherá um para ser o pegador.
Desenvolvimento: O pegador terá que perseguir os outros participantes.
Quando conseguir, segura a sua mão, procurando pegar outro. Quem vai sendo pego forma uma corrente que, ao chegar a oito integrantes, se divide em dois grupos de quatro pessoas que continuam perseguindo os outros, que ainda não foram pegos. Sempre que a corrente tiver o número de oito integrantes, ela se divide em duas.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação interpessoal;
*Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, saltar,
desviar, etc.
SOLER (2003, p. 93)

9 – Pulo Gigante

Material: Cadeiras ( uma para cada participante).
Disposição: Cadeiras colocadas em fileiras.
Desenvolvimento: Cada pessoa deverá sentar-se na sua cadeira, e o
objetivo do jogo será levar as cadeiras até alinha demarcada no solo. O jogo possui algumas regras, tais como: não se podem colocar as mãos nem os pés no solo. Para que o objetivo seja alcançado é necessário que o grupo descubra uma estratégia cooperativa.
Objetivos:
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Desenvolver a criatividade.
SOLER (2003, p. 90)

10 – Quebra-Cabeça Cooperativo

Material: Cartolinas, tintas, giz de cera.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para a atividade.
Desenvolvimento: O facilitador deverá pedir aos componentes do grupo que pintem um grande cartaz , com o tema da paz, que deverá ser bem grande. Depois disso, cortar o cartaz em vários pedaços, de forma a se criar um grande quebra-cabeça. O facilitador deverá misturar bem as peças e pedir que cada um pegue um pedaço. E o objetivo final será reconstruir novamente o cartaz.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a observação.
SOLER (2003, p. 91)

11 – Todos em Cima das Cadeiras

Material: Cadeiras.
Disposição: Cada participante na frente de sua cadeira.
Desenvolvimento: O facilitador coloca uma música e todos os
participantes devem dar voltas ao redor das cadeiras. Quando a música
parar, todos devem subir em cima de alguma cadeira. Quando estiverem sobre as cadeiras, a música reinicia, todos descem e a música retorna. O facilitador retira uma cadeira. Ninguém poderá ficar com os pés no chão.
O jogo segue e a cada parada o facilitador retira uma cadeira. O jogo acaba quando só sobrar uma cadeira, e todos estiverem sobre a mesa.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em grupo;
* Desenvolver a criatividade.
SOLER (2003, p. 95)

REFERÊNCIAS
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: Se o importante é competir, o
fundamental é cooperar. 7 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2003.
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como um
exercício de convivência. 2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2001
BROWN, Guilhermo. Jogos Cooperativos: teoria e prática. Trad. Rui Bender.
São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.
ORLICK, Terry. Vencendo a competição. Tradução: Fernando J. G. Martins.
São Paulo: Círculo do Livro, 1978. Tradução de: Winning through
cooperation.(1989).
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de
Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os Anos Finais
do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
PIAGET, Jean. A educação da liberdade. Trad. Telma P. Vinha in Piaget:
teoria e prática. Campinas: Tecnicópias, 1996.
RUIZ, Egydio. Aprendendo a Didática. São Paulo: Cortez, 1995.
SOLER, Reinaldo. Jogos Cooperativos. Rio de Janeiro: 2 ed. Sprint, 2003.
ZAGURY, Tânia. Encurtando a adolescência. Rio de Janeiro: Record, 1999.